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terça-feira, 22 de junho de 2010

Femoroacetabular Impingement in the Hip

IMPACTO FÊMOROACETABULAR

O diagnóstico clínico de impacto fêmoro-acetabular é relativamente novo. Há pouco mais de 10 anos, muito pouco sabia-se sobre esta lesão, muito em função de não se conseguir "olhar" dentro da articulação com o artroscópio. A história natural das pessoas que sofriam deste problema, era o afastamento das atividades físicas e mascarar a dor com medicamentos e esperar a artrose avançar, até o ponto de a dor ficar insuportável e colocar uma prótese de quadril. O impacto fêmoroacetabular é um contato anormal da cabeça/colo femoral com o acetábulo, decorrente de uma anatomia alterada. Este contato é mais pronunciado ao realizar os movimentos de rotação interna mais flexão de quadril e pode ser associada a dor, diminuição de movimento, desgaste da cartilagem, lesão de labrum, podendo levar a osteoartrose. Atualmente, há algumas possibilidades de tratamento, como fisioterapia, artroscopia e orientações de como preservar ao máximo a articulação. Em próximos posts, falarei de cada um destes tratamentos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Relato de uma paciente americana sobre a fisioterapia

Esforço é dolorido e tedioso, segundo relato publicado no "NY Times". Médicos acabam falando pouco sobre efeitos do pós-operatório. de Caitlin Kelly

Comecei a fazer fisioterapia aos 27 anos, depois de ter escorregado em uma calçada com neve em Montreal e rompido os ligamentos do meu tornozelo esquerdo. Fiz fisioterapia novamente, aos 42 e aos 43 anos, após uma cirurgia nos meus dois joelhos. Mais recentemente, operei meus dois ombros. Meu ortopedista costuma dizer que a cirurgia é apenas a metade da batalha. Se for mesmo, ela é a metade mais fácil. O trabalho lento e repetitivo da fisioterapia geralmente começa no dia seguinte. Para lesões como um rompimento de um ligamento cruzado anterior, ela pode durar até seis meses. Antes de fazer fisioterapia, é difícil imaginar algo que vá durar tanto tempo e doer tanto. Parte do desafio é a natureza da cirurgia artroscópica, cujas várias incisões são geralmente tão pequenas que mal deixam rastro. Tive o menisco rompido e removido dos meus dois joelhos, e tenho que procurar bastante para achar minhas cicatrizes. A remoção das lesões do meu ombro através de quatro incisões deixou minha pele quase lisinha. Certamente, isso é muito bom. Porém, esses minúsculos pontinhos dificultam a compreensão do que foi feito ali dentro. Depois de apenas 45 minutos sob anestesia geral e sem nenhuma grande incisão ou ferida sangrenta, por que sinto tanta dor? E por que tenho que continuar fazendo esses exercícios bobos?

Falta de conversa
Cirurgiões têm pouco tempo, e às vezes menos vontade, de discutir as minúcias dos efeitos pós-cirúrgicos. Geralmente, são os fisioterapeutas os responsáveis por explicar pacientemente o que o médico fez e por que agora temos que dedicar uma grande parte do nosso tempo à reabilitação. A fisioterapia exige de nós o tédio mensal de passar horas em uma sala cheia de estranhos esticando borrachas coloridas ou girando os braços em círculos. Os rituais são estranhamente e intimamente públicos. Pacientes de todas as idades, raças e níveis sociais compartilham a mesma sala, ampla e iluminada. Levantamos nossas pernas lado a lado em amplas camas. Esperamos na fila para os exercícios de puxar e a bicicleta de braços. Aprendemos uma nova linguagem e suas ferramentas: a tira, o bastão, as pinças. Todo mundo acaba na fisioterapia – ágeis atletas, trabalhadores da construção civil e policiais com tensões relacionadas ao trabalho, diretores de empresa com lesões causadas pelo uso do jet ski, pessoas mais velhas com joelhos e quadris operados. Lá, simpatizei com um pastor episcopal, um professor de economia de uma das mais prestigiadas universidades e um bombeiro.

O dia-a-dia
Os rituais viram uma rotina, começando com uma almofada de aquecimento e estimulação dos nervos, terminando com a bênção confortante de uma bolsa de gelo. Aprendemos a ajustar nossas vidas em torno do inevitável, em torno da verdade fora de moda – a de que a cura dá trabalho e isso toma tempo. A camaradagem cresce à medida que pacientes comparam observações sobre as frustrações de terem de pedir ajuda para tarefas simples como vestir as próprias calças e abrir uma lata de sopa. As mulheres lastimam com o novo fato de que uma alça de sutiã pode pinçar um ombro em processo de cura como um cabo de aço. Lutando para conseguir completar até a mais simples das tarefas numa sala cheia de coleguinhas adultos e envergonhados. Quando vejo o maxilar de alguém trincar pelo esforço, imagino que um peso de 500 gramas pode ser difícil de levantar. Nunca esperei estabelecer um relacionamento de vários anos com meus fisioterapeutas, mas isso aconteceu. Eu gosto de Helen, Matt, Stephanie e Richard. Gosto mesmo. Só espero nunca vê-los novamente. Não tenho inveja do trabalho deles, esticando, balançando e manipulando nossas articulações para afrouxá-las e torná-las flexíveis. Isso já me deixou sem ar de tanta dor, algumas vezes até chorei. Não posso me imaginar infligindo dor intencionalmente, mas isso, como todo mundo aprende rapidamente, é uma parte inevitável da cura. Deve ser difícil para nossos fisioterapeutas nos animar em relação ao que, para nós, em outras circunstâncias, seriam conquistas infantis – quando obtemos novamente a capacidade de amarrar o sapato, andar reto numa sala ou jogar uma bola. Existe um lado positivo. Pelo fato de vermos nossos fisioterapeutas com tanta freqüência durante meses, passamos a conhecê-los, e eles a nós, de uma forma como nunca vamos conhecer nossos médicos. Passamos a saber onde eles moram e onde passam as férias, quem tem um novo cachorrinho em casa, quem tem um marido que mudou de emprego recentemente. Não é uma intimidade que escolhemos. Porém, tirados da nossa privacidade, das nossas vidas corridas, seja de forma relutante ou agradecida, caímos nas mãos fortes, habilidosas e preparadas dos fisioterapeutas.

domingo, 6 de junho de 2010

Osteoartrose: que atividades posso fazer?

O quadril é considerada uma articulação de carga do corpo, assim como o joelho. Em todas as atividades do dia-a-dia geram uma força na cabeça do fêmur e no acetábulo. A carga estimada na cabeça do fêmur é gerada pelo peso corporal somado a força gerada pelos músculos. Ao permacermos em pé a força que age no quadril é de 2 vezes o peso corporal. Alguns trabalhos mostraram que a carga aplicada ao quadril durante uma marcha lenta de aproximadamente 4km/h gera uma força de 238% em relação ao peso corporal. Ao subir escadas essa força aumenta para 251% do peso corporal e para 260% ao descer escadas. Durante uma corrida, a carga na articulação do quadril pode chegar a 1000% em relação ao peso do corpo. Em pacientes que possuem osteoartrose de quadril (falaremos mais em outro momento), a força que age na articulação do quadril é distribuída anormalmente e concentrando em determinada região. Portanto, quanto menor a carga gerada na articulação do quadril, melhor seria. Nestes casos, quanto menor o peso corporal, menos força é gerada no quadril. Da mesma forma, quanto menos atividades de carga são impostas na articulação do quadril, menos agressão é gerada. Por esse motivo, é recomendado aos indivíduos que possuem osteoartrose de quadril que procurem atividades de menos impacto como natação e bicicleta, ou caminhadas bem leves.